Pré-socráticos
Ao primeiro período da filosofia grega — o que equivale dizer ao mais antigo período da filosofia ocidental que chegou até nós — convenciona-se chamar Filosofia Pré-Socrática. Na literatura anglo-saxã é comum também chamar este período de Early Greek Philosophy, ou Filosofia Grega Antiga.
O principal traço distintivo deste período e do trabalho de seus filófosos está na busca das origens do ser e do universo a partir dos elementos da natureza (por isso costumam ser chamados também de “Filósofos da Natureza”), em contraponto com as hipóteses mitológicas até então predominantes. Cogita-se que esta nova percepção floresceu a partir da intensificação do comércio e da navegação, o que ocasionou o encontro entre diferentes povos e seus diversificados modos de pensar e ver o mundo.
De acordo com o professor de filosofia Pedro Menezes:
A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (cosmo, “universo”, e gónos, “gênese”, “nascimento”). A cosmogonia dá sentido a tudo o que existe através da ideia de nascimento a partir de uma relação (sexual) entre os deuses. Os filósofos pré-socráticos abandonaram essa ideia e construíram a cosmologia, explicação do universo baseado no lógos (“argumentação”, “lógica”, “razão”). Os deuses deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas. A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma produção de conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental. 1
Alguns de seus nomes mais eminentes foram: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Heráclito de Éfeso, Pitágoras de Samos e Zenão de Eleia. Embora a tentativa de compreensão do universo por meio da cosmologia seja o fator em comum entre estes pensadores, existiam, evidentemente, diferenças e divergências em seus pensamentos e proposições. Estas levaram a divisão do período pré-socrático em algumas escolas, que ficaram conhecidas como Escola Jônica, Escola Pitagórica, Escola Eleata, Escola Pluralista e Escola Atomista.
A gradual mudança do foco da filosofia grega para o homem e suas atividades costuma assinalar o fim deste período e o início do Período Clássico ou Socrático. Também os fatos dos filósofos posteriores passarem a se concentrar em Atenas e muitos de seus escritos terem sobrevivido e chegado completos até nós costumam ser citados como divisores simbólicos destes períodos, além da mudança de método de estudo e pensamento introduzida por Sócrates.
Footnotes
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Transcrito a partir do texto Filósofos Pré-Socráticos. ↩